Polissonografia e sua importância para o bruxismo do sono

Polissonografia e sua importância para o bruxismo do sono

Polissonografia e sua importância para o bruxismo do sono

Polissonografia e sua importância para o bruxismo do sono.

Quando falamos sobre o bruxismo, um motivo de muita preocupação do profissional odontólogo é o sono de seu paciente. Grande parte das forças aplicadas sobre os dentes e estruturas mastigatórias vem desta fase do dia. Sabemos que o bruxismo do sono ocorre principalmente entre as fases 2 e 3 do sono NREM (quando nosso sono se encaminha para uma fase mais profunda). Sendo assim, é importante compreender como está o sono do paciente para saber se o paciente permanece por muito tempo nestas fases. Por exemplo, pacientes que apresentam apnéia noturna, dificilmente conseguem passar da fase 3 do sono NREM, isto é, dificilmente vão para a fase 4, que seria a fase de sono profundo, onde o descanso realmente ocorre.

Estas pessoas, no dia a dia, caracterizam-se por ter uma sonolência exagerada, sendo menos animadas, menos pró-ativas, com uma postura mais cansada (seja postura física, seja a imagem que transmite pela sua face). Pessoas que têm muita facilidade em se recordar de seus sonhos podem apresentar estágios de sono maiores na fase REM, que é o sono mais superficial de todos. Isto é um mal sinal quando se pensa na saúde como um todo. Sabemos que uma má qualidade de sono pode interferir na pressão arterial, frequência cardíaca, alteração no funcionamento endócrino, envelhecimento acelerado do sistema nervoso central, entre outros.

Abaixo podemos ver a diferença entre as fases do sono REM (Rapid Eyes Movement) e NREM (Non Rapid Eyes Movement):

Atividade cerebral – NREM:diminuída / REM:presente

Tônus muscular – NREM:presente / REM:quase ausente

Atividade respiratória – NREM:regular / REM:irregular

Atividade cardíaca – NREM:regular / REM:irregular

Movimentos oculares – NREM:ausentes / REM:presentes

Sonhos – NREM:não reprodutíveis / REM:presentes e reprodutíveis

Número de estádios – NREM: 4 / REM: 1

Para que estes estágios sejam melhor compreendidos em cada paciente, existe um exame chamado polissonografia. Este exame consegue, através de 3 parâmetros (eletroencefalograma, eletro-oculografia e eletromiografia) analisar em detalhes as fases de sono de cada paciente.

Normalmente o cirurgião dentista não apresenta uma necessidade concreta para realizar um exame de polissonografia. Trata-se de um exame de custo alto, de difícil execução e desconfortável ao paciente (é necessário dormir no centro médico, conectado a inúmeros fios). Porém a polissonografia é considerada como “padrão ouro” para se conhecer as fases do sono de cada pessoa. A polissonografia está indicada para diagnóstico de perturbações do sono, despiste de perturbações do sono, despiste de perturbações relacionadas com o sono, e investigações sobre o sono.

Uma vez feita a polissonografia, o cirurgião dentista deve estar apto a avaliar seu resultado. O diagnóstico do bruxismo do sono necessita responder a critérios pré-definidos na polissonografia:

1- Na eletromiografia, considera-se positivo um sinal que atinge pelo menos 20% da contração máxima voluntária.

2- Presença de três eventos “fásicos”de 0,5 segundos cada

3- Presença de um evento “tônico” com duração de mais de 3 segundos

4- Presença do som de ranger os dentes

É importante lembrar que estes indicadores são os indicadores mínimos para termos o diagnóstico de bruxismo do sono na polissonografia. Uma vez estabelecidos estes critérios, mais de 50% dos casos de bruxismo do sono podem ser detectados na polissonografia se:

1- aparecerem mais de 4 episódios acima descritos

2- mais de 25 eventos eletromiográficos e dois pelos sons de ranger os dentes

Porém, é necessário que  o profissional esteja apto a distinguir o bruxismo do sono, na polissonografia, de outras atividades motoras da boca, pois é conhecido o fato de que um grande número destas atividades não são caracterizadas como bruxismo. Por exemplo: falar durante o sono, deglutir e pequenas contrações dos músculos faciais.

Fundamental é o fato de que o profissional esteja atento para sinais da apnéia obstrutiva do sono, pois esta é a alteração do sono mais relacionada ao bruxismo do sono. Este diagnóstico também é evidenciado pela polissonografia.

polissonografia1

Imagem da polissonografia demonstrando momentos da apnéia obstrutiva do sono e sua consequente diminuição de saturação de oxigênio no sangue

A polissonografia passa a ser um exame de alta relevância quando compreendemos que existe uma necessidade intrínseca de todos possuírem seus dentes na boca. Na eventual falta destes, é necessária a colocação de próteses dentárias. Porém, em alguns casos do bruxismo do sono, estas são contra-indicadas. Por este motivo, saber com antecedência ao uso da prótese dentária se o paciente é portador de bruxismo do sono pode tornar-se um fator decisivo para o tratamento dentário deste paciente.

Sleep Disorders Dental Society apresenta uma seqüência de procedimentos a serem realizados quando houver indicação do uso de próteses dentárias associado ao ronco ou apnéia obstrutiva do sono:

1- Consultar especialista em sono

2- Realizar estudo com polissonografia

3- Enviar relatório ao cirurgião dentista, para que este esteja apto a indicar e realizar a melhor prótese ao paciente

4- Realizar o exame de dentição

5- Realizar os testes das próteses

6- Realizar a avaliação final

7- Reavaliar 2 a 3 meses após o uso contínuo das próteses

8- Repetir a polissonografia com a prótese

9- Reajustar as próteses

Caso haja interesse de sua parte em conhecer mais sobre odontologia do sono, clique AQUI para obter maiores informações. Se seu interesse for em compreender melhor sobre a polissonografia, clique AQUI.

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